quinta-feira, 29 de novembro de 2012

É A NOSSA REALIDADE...



É costumeiro ouvirmos a associação pobreza/delinquência para explicar determinados comportamentos de alguns jovens praienses de hoje. Tal associação, para além de limitador e descriminalizador para com uma boa parte da nossa juventude, uma vez que, os dados do INE de 2005, nos diz que cerca de 49% dos pobres no país tem menos de 15 anos e 30% dos agregados familiares chefiados por indivíduos na faixa etária entre os 15 a 24 anos são pobres, esconde a delinquência de colarinho branco, muito frequente no país. Obviamente, pelos dados apresentados, sabemos que esta franja da população pobre não é delinquente, caso contrário, teríamos de considerar como criminoso metade da população residente nas ilhas.Ponho sim a questão nas desigualdades sociais. Convém termos em conta que a sociedade cabo-verdiana nunca como hoje teve à sua disposição tanta riqueza. Segundo João Estêvão (2004), o PIB cabo-verdiano cresceu entre 1982 e 2008 a uma taxa média anual de 5,8%. Em 2009, o valor do Rendimento Nacional Bruto era de 3.010 dólares por habitante, colocando Cabo Verde no patamar dos países de rendimento inferior, trazendo importantes reflexos a nível de qualidade de vida no arquipélago.

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